Zelensky vai ao G7 com esperança de encontros com Lula e Trump 6nza
Presidente ucraniano confirmou viagem ao Canadá, onde tentará buscar mais apoio às sanções contra a Rússia 1l3l72

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira, 12, que aceitou convite e irá participar da cúpula do G7 na próxima semana, em Kananaskis, no Canadá, onde espera se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na cúpula, Zelensky tentará buscar mais apoio às sanções contra a Rússia, assim como financiamento futuro para esforços de reconstrução de Kiev.
“De qualquer forma, a decisão final está na Casa Branca e depende do presidente dos Estados Unidos da América”, disse o ucraniano sobre a possível imposição de novas sanções sobre Moscou. “Espero que tenhamos uma conversa (com Trump) na cúpula do G7 e espero que, se nenhuma decisão for tomada antes disso, eu consiga pelo menos entender o quão perto estamos dessa decisão”.
O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A União Europeia também participa das reuniões, assim como um grupo de países convidados, como é o caso de Ucrânia, Brasil, México e mais.
Segundo fonte do governo brasileiro ouvida por VEJA, Zelensky também pediu um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidado ao evento pelo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney. O encontro entre o ucraniano e o brasileiro, no entanto, não está confirmado.
O encontro seria o segundo entre os dois, após ambos se reunirem às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2023. O clima, no entanto, não vem sendo dos melhores. No começo deste ano, Zelensky chegou a afirmar que o “trem do Brasil ou”, citando a perda de relevância de Lula como possível mediador para o fim do conflito do país com a Rússia.
No ano ado, o ucraniano questionou o papel do Brasil como intermediador das negociações de paz, dizendo duvidar do “real interesse” de Brasil e China para liderar o diálogo entre Kiev e Moscou e acusando o governo federal de ter aliança com Vladimir Putin.
Em entrevista coletiva a um grupo de jornalistas brasileiros, da qual VEJA participou, o chefe de gabinete do governo da Ucrânia, Andriy Yermak, também lamentou o estado da relação entre Kiev e Brasília, dizendo que, “infelizmente, não é a relação que queremos, mas vamos continuar de coração aberto”, sobretudo porque “a voz do Brasil é importante para lidar com a Rússia”.
“Toda relação depende de duas partes. Da nossa parte, demonstramos nosso interesse e esperamos que, em algum momento, essa relação esteja no nível que queremos que esteja. É o que temos”, afirmou, expressando incômodo com a falta de convite ao presidente Volodymyr Zelensky durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, em novembro ado. Após o encontro do grupo das maiores economias do mundo, o presidente ucraniano criticou a “posição fraca” da declaração do G20 sobre a guerra na Ucrânia, que não mencionou Moscou.